“Num Sábado, Jesus e os discípulos atravessavam uma plantação de trigo.
Enquanto caminhavam, os discípulos colhiam espigas. Então os fariseus
perguntaram a Jesus: Por que é que os discípulos estão fazendo o que a
nossa Lei proíbe fazer no Sábado? Jesus respondeu: Vocês não leram o que
Davi fez quando ele e os seus companheiros não tinham comida e ficaram
com fome? Ele entrou na casa de Deus, no tempo do Grande Sacerdote
Abiatar, comeu os pães oferecidos a Deus e deu também aos seus
companheiros. No entanto, é contra a nossa Lei alguém comer desses pães,
a não ser os sacerdotes. E Jesus terminou: O Sábado foi feito para
servir às pessoas, e não as pessoas para servirem o Sábado. Portanto, o
Filho do Homem tem autoridade até mesmo sobre o Sábado”.(Marcos 2:23-28)
Textos Complementares: Ex 20:8-11/Dt 23:25/Mt 12:11,12/Mt 23:4;
22:37,39/I Sm 21:6/Lc 10:25-37.
Versículo para memorizar:”E Jesus terminou: O Sábado foi feito
para servir às pessoas, e não as pessoas para servirem o Sábado.
Portanto, o Filho do Homem tem autoridade até mesmo sobre o Sábado.” (Mc
2:27,28)
Introdução: Em seis dias Deus fez toda a obra de criação, e no
sétimo, descansou, deixando ao homem o mandamento de fazer o mesmo (Ex
20:8-11). Fica claro que o sábado foi feito para nele o homem repousar,
aproveitando para glorificar a Deus pela saúde e disposição concedidas
nos seis dias de trabalho. O Sábado, portanto, teria sido feito para
benefício do homem, e não o homem para benefício dele. Os fariseus,
extremistas que eram no cumprimento da lei, sem compreenderem seu
espírito, levavam a guarda daquele dia ao extremo. Eram capazes de
colocar o homem na condição de prisioneiro da lei, ao invés de
beneficiado por ela.
Vejamos o ensino de Jesus sobre esse tema:
1- Vendo o Mal Onde Não Existe
A lei deixava claro que se alguém entrasse num território, estando com
fome, tinha o direito de colher espigas para suprir sua necessidade
momentânea, conquanto que não levasse dali para comercializar lá fora (Dt
23:25).
Quanto à guarda do sábado, o mandamento se referia a não trabalhar nesse
dia, não proibindo, contudo, atividades que buscassem a preservação da
vida. Se isso valia para um animal, quanto mais para um ser humano (Mt
12:11,12).
Logo, os discípulos não estavam quebrando a lei ao colherem espigas para
comer naquele dia. Os fariseus estavam vendo o mal onde não existia,
lançando culpa sobre ombros inocentes.
Cuidemos para não colocarmos sobre outros, obrigações não impostas por
Deus. Não permitindo, igualmente, que o mesmo se faça conosco (Mt 23:4).
2- O Valor das Pessoas
Jesus citou o exemplo de Davi, e de como ele, num tempo de necessidade,
comeu dos pães sagrados de que não era lícito comer (I Sm 21:6). Davi
entendia naturalmente, que numa ocasião normal, não deveria mesmo lançar
mão do que sagrado. Mas também sabia que sua vida e a de seus
companheiros, era mais importante, do que qualquer cerimonial religioso.
O problema dos fariseus era considerar “as coisas” como mais importantes
que “as pessoas”. Quando colocamos “as coisas” acima das “pessoas”,
estamos deixando de cumprir o grande mandamento de Deus para o homem,
que é o de “Amar ao Senhor teu Deus de todo coração, de toda a tua alma,
e de todo o teu entendimento... e ao teu próximo, como a ti mesmo” (Mt
22:37,39).
Na parábola do Bom Samaritano, Jesus dá o exemplo do perigo de se
inverter os valores, citando um sacerdote e um levita. Apesar de verem
um homem caído, ferido e quase morto, passaram de largo. Não atenderam
ao necessitado porque estavam mais preocupados com o serviço religioso
no templo, do que com a ministração ao necessitado (Lc 10:25-37).
3- Jesus como Senhor de Todas as Coisas
Durante o Seu ministério, Jesus demonstrou ser Senhor sobre todas as
coisas:
● Sobre a natureza
(repreendendo tempestades);
● Sobre os demônios
(expulsando-os);
● Sobre as enfermidades
(curando os doentes);
● Sobre a vida e a morte
(ressuscitando os mortos);
● Sobre o sábado (revelando
seu verdadeiro propósito).
Nos exemplos anteriores, nenhum problema podia ser tão forte que Jesus
não conseguisse resolver: nem tempestades, nem demônios, nem
enfermidades, nem a própria morte. Todos teriam de se render aos Seus
pés, incluindo a própria guarda do Sábado.
Ele é Senhor sobre todas as coisas, em todos os dias. Se não fosse
Senhor sobre o Sábado, não o poderia ser sobre as outras coisas. Mas Ele
o é.
Jesus tem sido Senhor absoluto em sua vida? Há algo em você, não rendido
completamente a Ele? Bens, família, profissão, ambições pessoais e
afins, já estão debaixo de Seu Senhorio?
Conclusão: Vimos sobre a importância de não se ver o mal onde não
existe, exagerando na falsa retidão moral que sobrecarrega as pessoas.
Entendemos que as vidas, pelas quais Cristo morreu, são mais importantes
que rituais. E que Jesus quer ser Senhor (dono, proprietário) de tudo o
que nos diz respeito.
Aplicação: Identifique uma área de sua vida na qual você se sente
ainda no controle. Experimente transferir, por meio de uma declaração
dos seus próprios lábios, todo controle dessa área aos cuidados de
Cristo. Sinta o gozo de Deus transbordar em seu coração, como
conseqüência dessa entrega voluntária e genuína.