Texto: Mc 1.12-13
Textos complementares: Mt 4.1; I Co 10.13; Tg 1.14; Hb 1.14
Versículo para memorizar: “Logo depois o Espírito Santo mandou
Jesus para o deserto. Jesus ficou lá quarenta dias, sendo tentado por
Satanás. Havia animais selvagens ali, e os anjos cuidavam de Jesus”. Mc
1.12-13.
Introdução: Jesus acaba de passar por uma experiência maravilhosa
com o Pai e com o Espírito Santo, por ocasião do seu batismo nas águas.
Como resultado disso, podia-se dizer que Ele estava na plenitude de
regozijo e satisfação espirituais. Imediatamente, porém, a Sua
experiência muda de característica, quando o Espírito que n'Ele estava O
manda para o deserto, onde o tentador (satanás) O aguarda com grande
expectativa. Vejamos, pois, qual a importância dessa experiência.
1 - O Espírito O mandou para o deserto
A primeira coisa que queremos enfatizar, é que o Espírito de Deus o
mandou para o deserto a fim de ser tentado por satanás (Mt 4.1). O Pai
sabia que aquela experiência, ainda que desagradável, era extremamente
necessária, uma vez que Jesus só teria autoridade sobre satanás, se
aprendesse a resisti-lo face a face, e vencê-lo. Deus a ninguém tenta,
porém, permite a tentação do crente pelo diabo com a mesma finalidade
percebida na tentação de Jesus. Para o crente, a tentação, uma vez
vencida, promove o crescimento em autoridade contra os poderes das
trevas, como aconteceu com Jesus. É estranho pensar em como o Espírito
pode impelir para tais experiências, principalmente, depois de termos
experimentado o céu. É como a experiência do novo crente, que, após o
batismo nas águas, na maioria dos casos, passa a viver grandes provações
e tentações. Se, porventura, é o seu caso, não se espante e nem se
atemorize. Peça a Deus que o ajude a resistir o mal e que o propósito
dEle se cumpra por meio de cada nova experiência, sabendo de Sua
promessa a todo aquele que passa por tentações: “Não vos sobreveio
nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que
sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará
também o meio de saída, para que a possais suportar” (I Co 10.13).
2 - “Imediatamente” o Espírito O mandou para o
deserto
Sobre o ato de mandar para o deserto, já comentamos acima. Mas agora
chamamos a atenção para o senso de urgência da parte do Espírito, de
querer promover essa experiência tão rapidamente na vida de Jesus. O
“imediatamente” do Espírito revela que, antes de qualquer experiência
ministerial junto às multidões, fosse de cura, milagres, ensino, ou o
exercício de autoridade sobre os demônios, Jesus tinha de manifestar
domínio sobre si mesmo. Antes de dominar sobre as circunstâncias
externas, Jesus precisava dominar as internas do seu próprio ser.
A Bíblia diz em Tg 1.14 que “cada um é tentado, quando atraído e
engodado (enganado) pela sua própria concupiscência (desejo)”. A
tentação só terá espaço em nossas vidas quando encontrar em que se
apoiar (alguma fraqueza, tendência para o mal, falta de disciplina,
etc.). Jesus exerceu autoridade sobre Si mesmo, por isso resistiu à
tentação, e não caiu.
Com tudo isso, Deus quer nos ensinar que, antes de dominar qualquer
coisa deste mundo, precisamos aprender a exercer o auto-domínio. O
“imediatamente” do espírito revela tal prioridade na carreira cristã.
3 - E os Anjos O serviam
É maravilhoso perceber a ação dos anjos na experiência do deserto. Eles
estavam com Jesus durante todo o tempo, guardando-O de todo o mal,
inclusive das feras que O rodeavam naquele lugar. Assim como o anjo
fechou a boca dos leões na cova onde estava Daniel, os anjos ministravam
proteção e segurança durante todo o tempo de jejum e deserto. Porém,
eles não tinham autoridade para impedir que Jesus fosse tentado. Aquela
era uma tentação que Lhe era endereçada, da qual somente Ele poderia Se
livrar. Creio que os anjos observavam a toda aquela experiência com
grande expectativa, e se alegravam por Sua escolha correta de permanecer
em obediência ao Pai. Então, depois, de vencida a batalha, a Bíblia diz
que os anjos ministraram a seu favor. “Certamente ministraram conforto,
alívio, contentamento pela vitória, e força para permanecer em
abstinência dos alimentos até que se completassem os dias”. (Hb 1.14).
Conclusão: O Espírito Santo tinha pressa em levar Jesus a uma
experiência que Lhe garantisse autoridade sobre o poder das trevas. Isso
foi conquistado por meio da vitória sobre a tentação, no deserto.
Aplicação: procure lembrar-se da última vez em que se sentiu
tentado a fazer algo contrário à vontade de Deus! Caso você passe pela
mesma experiência durante esta semana, creia na vitória sobre ela com a
ajuda do Espírito Santo. Se a tentação vier, diga sinceramente ao Senhor
o que está se passando. Tenha a certeza de que Ele virá em seu socorro
para ajudá-lo a vencer o mal.