Uma visão geral
Deus liberta seu povo para Adoração e serviço
Texto bíblico: Ex 1-40
Texto básico: Ex 1.1-22; 2.1-4.31; 5.1-12.51; 13.1-40.38
Texto áureo: Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim?
Dize aos filhos de Israel que marchem. (Ex 14.15).
José e sua família não puderam entender o que se passava. Jacó, o pai,
provavelmente se esquecera da promessa feira a Abraão, seu avô, há
tantos anos (Gn 15.12-16). O fato é que a família viveu sérias crises,
culminando com a “perda” de José, o filho especial (Gn 37.26-36;
42.20,36-38). Não podiam entender que, como afirmou o apóstolo Paulo
mais tarde: “... todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a
Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28). Deus
estava trabalhando naquilo sobre o que se havia comprometido com Abraão.
O livro de Êxodo começa, pois, com os descendentes de Abraão no Egito e
conclui-se com o povo sendo conduzido à terra prometida, sob a direção
de Moisés, por meio de quem Deus outorga a lei ao povo.
ADORADORES EM CATIVEIRO
(Ex 1.1-22)
A descendência de Abraão se multiplicou no Egito. Dos setenta que
entraram com Jacó ali, no tempo de José (v.5), agora, diz o texto:”... a
terra se encheu deles” (v.7). Tal crescimento era parte do cumprimento
das promessas de Deus aos patriarcas Abraão (Gn 12.2; 13.16; 15.5; 17.2;
22.15-18), Isaque (Gn 24.4) e Jacó (Gn 28.13,14).
Mudanças na vida política do Egito criaram o ambiente para que outra
parte da promessa se cumprisse. Um novo rei (provavelmente uma nova
dinastia), que não conhecia José, assumiu o trono. Essa mudança
registrada em Êxodo se refere a quando os hicsos, povo que teria
invadido o Egito no final do século XVIII a.C. e cuja dominação se
estenderia até por volta de 1550 a.C., teriam sido expulsos pelo Faraó
Amosis. Uma das estratégias para sustentação do novo governo foi a
anulação de possíveis futuros focos de insurgência entre a população,
especialmente entre as comunidades de origem estrangeira (v.10). Assim,
de imigrantes que gozavam de certa autonomia na terra que os acolheu,
certamente esquecidos da terra da promessa, os hebreus foram feitos
escravos e submetidos a trabalhos forçados. Os egípcios “lhes fizeram
amargar a vida com dura servidão... com todo o serviço em que na tirania
os serviam” (v.14). As canções alegres se transformaram em gemidos de
aflição (v. 7-10).
DEUS PREPARA O LIBERTADOR
(Ex 2.1-4.31)
“Não retarda o Senhor sua promessa, como alguns a julgam demorada”
(2Pe3.9). Os filhos de Israel puderam comprovar isso. Ainda que
parecendo haver-se esquecido dos seus escolhidos, Deus estava
trabalhando em favor deles. Da casa de Levi, que viria a ser a família
sacerdotal para Israel, Deus escolheu um homem para se casar com uma
mulher também da casa de Levi. Observe o fato de serem ambos da mesma
casa, quer dizer, da mesma linhagem. Se Deus haveria de realizar, por
meio deles, uma grande obra entre o seu povo, era importante que fossem
ambos “de uma mesma casa”. Dessa família Deus levanta aquele que ele
usaria para conduzir os hebreus de volta à terra da promessa.
O Faraó havia decretado a morte de todos os meninos hebreus, com a
intenção de conter o crescimento da comunidade hebréia no Egito. O
menino Moisés foi posto em um cesto e colocado nas águas do Nilo, onde
as princesas costumavam banhar-se. Encontrado por uma das princesas, sua
irmã sugere à princesa uma ama-de-leite das mulheres hebréias para
alimentar o menino e o leva à própria mãe. Separado da mãe, desmamado
antes do tempo, sofrendo já na infância a violência e os traumas de uma
sociedade perversa, Moisés foi, depois, levado à casa de Faraó, onde foi
educado pela princesa. Outra ruptura. Outra perda. Mas com alguns mimos
“compensatórios”. Seria educado como um príncipe. Seria treinado para
comandar.
Já adulto, Moisés se deixou levar pelo ímpeto de seus sentimentos, ao
ver um egípcio maltratando um escravo hebreu, e lutando com o egípcio o
matou, colocando em risco tudo quanto estava planejado por Deus para seu
futuro. Descobriu, então, o quanto necessita o servo de Deus de controle
sobre suas emoções. Informado do incidente, Faraó quis matar Moisés, e
este se viu obrigado a refugiar-se em Mídia. Ali encontra uma esposa.
Ali, também, Deus o encontrou, falou-lhe ao coração e o comissionou para
a excepcional tarefa de liderar o resgate do povo de Israel do cativeiro
egípcio.
O RESGATE DOS ADORADORES
(Ex 5.1-12.51)
Passados 40 anos de uma vida árdua nos desertos e nas montanhas de
Mídia, Moisés recebeu a ordem de Deus para retornar ao Egito e liderar o
povo de Israel em uma grande empreitada: a libertação do cativeiro. Deus
queria reunir seus adoradores, em liberdade, para adorá-lo. O povo,
quando soube da missão de Moisés, festejou (4.31). Mas, Moisés parece
que não estava preparado para o pior. Faraó resistiu (5.2). Em seu
furor, apertou mais a sua mão (5.7-9). Moisés sentiu-se desesperado
(5.22,23). O povo experimentou “ânsia de espírito” (6.9).
Comentário: “Você talvez já tenha passado por isso. Fez as coisas
certas, da maneira certa, mas alguém o entendeu mal, interpretando seus
atos ou suas palavras equivocadamente. Tem de viver agora nessa
confusão, incapaz de mudar a opinião daqueles que se voltaram contra
você.
Parece que Moisés passou despercebido pelo anúncio de Jeová: ”Eu sou o
Senhor, e vos tirarei... e vos livrarei... e vos resgatarei com braço
estendido e com grandes manifestações de julgamento” (6.6). Deus mesmo
lideraria as suas hostes para fora do Egito (7.4). Que bom quando
podemos entender que somos chamados por Deus como testemunhas de Jesus
Cristo para o nosso tempo, mas que a obra quem faz é o Senhor, pelo seu
Espírito que opera em nós, e não nós mesmos! Enquanto os egípcios
lamentavam os feitos maravilhosos do Senhor e se preparavam para partir.
Naquela célebre noite de páscoa, depois de muitos confrontos (dez
pragas), Faraó, desesperado, praticamente expulsa os hebreus de seu
território.
LIVRES PARA ADORAR
(Ex 13.1-40.38)
Se o desejo dos hebreus era, de fato, distanciar-se do ambiente idólatra
do Egito, a fim de prestar a Jeová o culto que lhe era devido (5.1),
agora podiam festejar com largueza a Jeova, seu Libertador, Mas, como
prestar a Deus um culto que lhe fosse agradável? Esta é uma pergunta
entre nós, adoradores do século XXI. Os capítulos finais do livro de
Êxodo constituem um manual de vida diante de Deus para o povo de Israel.
Além disso, sua presença figurada no Novo Testamento (1Pe2.9; Ex 9.6; Lc
18.18; Ex 20.1-17) evidencia o grau de importância que a igreja do
primeiro século lhe conferia. Podemos resumir o livro de Êxodo enfocando
o tema da redenção sob duas perspectivas: a libertação do povo do
cativeiro egípcio e as obrigações do povo como um povo redimido do
Senhor. E isso tem a ver comigo e com você!
APLICAÇÕES PARA A VIDA
Podemos comparar a historia da descendência de Abraão no Egito com a
nossa história. Não duvidamos de que Deus nos chamou para a “terra
prometida” do seu reino de amor, mas tanto “flertamos” com o “tirano” e
seus sequazes que, quando menos pensamos, nos vemos por ele
aprisionados. De adoradores jubilosos, como feitos, pelo tirano,
escravos lamurientos. Oremos sempre para que, na unção do Espírito, não
nos deixemos prender nos “laços do diabo” (1Tm 3.7).O servo de Deus
precisa aprender que a vingança pertence a Deus (Dt 32.35). Muitas vezes
nos sentimos ofendidos quando alguém, por alguma razão, produz escândalo
e faz tropeçar alguém com quem, estamos trabalhando penhoradamente.
Então, queremos tomar as medidas próprias e exigir a reparação do dano.
E, via de regra, causamos danos ainda maiores, feridas quase incuráveis.
Deixemos com Deus a aplicação da justiça a seu tempo próprio, enquanto
nós, servos, nos empenhamos no serviço do reino de Deus.
Na solidão do deserto em Mídia, Moisés ouviu a voz de Deus que lhe falou
ao coração. Agora, na solidão em que se achava ante o aparente insucesso
de sua missão, pôde ouvir a voz do Senhor declarando: “... multiplicarei
na terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas” (7.3). Quando
as asperezas da missão, ou os desafios da vida quiserem fazer-nos “jogar
a toalha”, é importante que agucemos os ouvidos e ouçamos a voz mansa do
Pai: “... multiplicarei... os meus sinais e as minhas maravilhas”.