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NÚCLEO DE APOIO CRISTÃO

 

Educação Cristã

Desenvolvendo o pleno potencial de nossos alunos

 
   

Define-se educação classicamente como “o processo de desenvolvimento das capacidades da criança visando a sua melhor integração individual e social”. Em se tratando de um processo, os seguintes elementos devem ser considerados: quem é o cliente, qual o produto, quem é o responsável. Embora nossa experiência com educação seja relativamente pequena, já aprendemos que essas não são questões fáceis de responder. Contudo, vamos compartilhar aqui algumas reflexões que julgamos relevantes para o sucesso do trabalho dos educadores.
 

No contexto moderno de negócio estamos acostumados a pensar na relação cliente-fornecedor, onde o consumidor exerce seus direitos para receber o máximo em troca do seu investimento. Contudo, na experiência escolar séria, como a praticada por escolas cristãs bíblicas, sabe-se que a educação acontece num processo de ensino-aprendizagem, em que ambos devem cooperar para alcançar os resultados planejados. Educar não é transmitir conteúdo, o que se define melhor como informar. Também não é uma atividade reativa, onde o professor simplesmente foca em atender a demanda por conhecimento do aluno. Entendemos que essa vertente progressista centrada no aluno é incompatível, filosófica e cognitivamente com a abordagem bíblica. Nesse sentido, educar é uma ação interativa e relacional, liderada pelo educador e vivenciada criticamente pelo aluno, para juntos alcançarem o objetivo desejado.
 

Fica mais fácil entender essa característica interativa do processo de ensino-aprendizagem quando pensamos na experiência de ir ao médico. Entendemos que somos os clientes, na categoria de pacientes. Contudo, o diagnóstico demanda nossa participação até que se chegue a uma conclusão satisfatória, bem como o tratamento em si, para alcançarmos a cura do mal que nos aflige.
 

Assim, ainda que o aluno seja cliente no sentido de beneficiado mais direto desse processo, ele é também co-responsável, na medida que tem participação fundamental para os resultados. E no caso de crianças, quanto mais dependentes dos pais, mais estes são os clientes da escola e também co-responsáveis, pois cabe a eles primordialmente educar seus filhos, para cumprirem seu papel perante Deus e na sociedade. A escola entra como instituição profissional para apoiar os pais em sua missão de cuidar da herança do Senhor. Estaria mais para uma parceira dos pais do que para uma fornecedora terceirizando o processo educacional. Poderíamos mencionar ainda a sociedade em geral e a igreja como beneficiárias indiretas do processo educacional, na medida em que o produto dessa educação vai de encontro a seus interesses.
 

Mas qual é o produto desse processo? Precisamos tê-lo muito bem definido e alinhado com os requerimentos dos clientes, pois em síntese o processo de educar existe para entregá-lo. Trabalhar com a perspectiva do objetivo final é a melhor maneira de assegurar que não nos desviaremos no meio do caminho, desperdiçando recursos ou pior ainda, não entregando ao final o valor esperado desse processo. Por isso as escolas devem definir muito bem sua missão e visão - a razão de sua existência e onde querem chegar, e exercitar sistematicamente essa perspectiva com a sua equipe e com as famílias participantes.
 

Não podemos restringir o foco da educação numa escola cristã somente a objetivos acadêmicos e espirituais, pois entendemos o indivíduo inserido socialmente e interagindo através de seu corpo físico. Mesmo secularmente tem ganho espaço crescente a importância da inteligência emocional e moral na formação do indivíduo para o sucesso, partindo da compreensão de que esses fatores superam o próprio intelecto. Quando desenhando o currículo da escola, deve-se ter em mente que tipo de indivíduo queremos ajudar a preparar para a família, para a sociedade, para Deus. Como escolas cristãs buscamos o fundamento do currículo de Deus em Sua Palavra para desenvolver homens e mulheres “perfeitos e perfeitamente habilitados para toda boa obra” (II Tim. 3:15-17). Relacionamos abaixo exemplos de objetivos específicos:
 

Acadêmico: dotados de conhecimento e habilidades compatíveis com sua idade e vocação, equilibrados no entendimento, pensadores independentes em constante aprendizado, ...
 

Espiritual: manifestam firmeza de caráter cristão e discernimento espiritual, conscientes de seus valores e responsabilidades à luz da Palavra de Deus e ...
 

Social: cidadãos socialmente estáveis e responsáveis em sua comunidade, aptos a trabalhar em equipe diversificada, a relacionar-se em harmonia com seus companheiros e ...
 

Físico: apresentam desenvolvimento motor compatível com sua idade, espírito competitivo saudável, habilitados a cuidar de seu próprio corpo como templo do Espírito Santo ...
 

O exercício de visualizar o indivíduo que queremos ajudar a desenvolver plenamente, cumprindo nossa vocação de educadores perante Deus, influirá decisivamente no processo de ensino-aprendizagem. Que ambiente deveremos construir, que recursos disponibilizar, que perfil de professor vamos contratar, que sistema de avaliação vamos usar, ...Tudo isso contribuirá para que os clientes diretos e indiretos de nossa escola percebam o máximo valor do trabalho que juntos realizamos, trazendo gratificação e oportunidades para todos. Escolas não existem para produzir alunos certificados ou para cumprir um programa social. Escolas e educadores cristãos que tem um chamado atuam em função de sua visão do produto final, agregando valor aos seus participantes. Sem isso, o trabalho tende a cair na rotina, desgastar-se ou desvirtuar em propósitos incompatíveis.
 

O enfoque é de educar para fazer acontecer o que estamos vendo, diferentemente de educar para ver o que vai acontecer. Penso que o texto de Mat 6:22-23 pode ser aplicado aqui, onde ter olhos bons para ver além das aparências, enxergar virtudes e capacidades, é caminhar iluminado no entendimento e cheio do amor sobrenatural de Deus. Por outro lado, se o conhecimento que temos da verdade nos faz desconfiar das intenções, duvidar dos resultados e diminuir as perspectivas, caminharemos com visão embaçada e correndo risco de até nossa luz serem trevas. Educar implica ter claro o produto da educação, pois normalmente as circunstâncias e nossa própria natureza vão conspirar contra para nos fazer desistir. Vale para o professor, para os pais, para os treinadores, para os pastores que lidam com crianças e adolescentes. Quando nos comprometemos com o produto de nossa educação, perante Deus e perante os próprios clientes, estamos em melhores condições para trabalhar na sua realização. Sempre me impressiono com professores que assumem confiantemente em seu primeiro contato com os alunos e com os seus pais, o compromisso com o seu pleno desenvolvimento. Tanto mais força tem essa postura quanto mais definida ela for, e não uma colocação vaga e inconseqüente sobre o trabalho que farão.
 

Pensem na visão de sua escola, que inspiração e desafio ela traz a sua equipe e às famílias envolvidas. Professor, o que você enxerga em seus alunos, qual será o resultado do seu trabalho no processo de educação ao longo dos anos? Pais, quem vocês estão preparando para entregar ao Senhor como Sua herança? Creio honestamente que esse é exercício que todos educadores devem fazer e repeti-lo continuamente. Fé é crer firmemente no que se espera mas não se vê. Amor é ver antecipadamente o que esperamos, como Jesus, que nos amou primeiro como seus irmãos e por isso suportou a cruz em nosso lugar. Como cristãos educamos não apenas para a vida, mas o fazemos para a eternidade. Para desenvolver todo potencial que existe na criança e no adolescente, temos que aprendendo a ver com os olhos de Cristo, sob a unção do Espírito Santo.
 

Trabalhando dessa maneira, nosso processo educacional não será apenas nossa responsabilidade, ainda que dividida com os alunos e com os seus pais. Terá a benção de Deus, garantindo que Sua eficácia obrará em nós poderosamente (Col. 2:28-29). Olhemos firmemente para o alvo, sejamos eficientes no que fazemos e confiemos em Deus para sermos eficazes nos resultados, “apresentando todo homem perfeito em Jesus Cristo”.
 

Roberto Rinaldi

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