Texto: Marcos 6:34-44
Textos complementares: Jo 4:31-34; Lc 10:25-37; Mc 6:31; 2 Reis
4:1-7.
Introdução: Gostaríamos de observar sobre o que é capaz de fazer
um homem, cujo coração esteja totalmente encharcado do amor e da
compaixão de Deus.
1- Disposição para mudar de planos
O texto bíblico relata que Jesus havia convidado Seus discípulos para um
lugar à parte, a fim de que pudessem descansar um pouco. Todos estavam
cansados demais, não tendo tempo nem para descansarem direito. Mas
quando chegaram do outro lado, a multidão já os esperava ansiosa para
ser ministrada por Jesus. Naquele momento, Ele tinha duas opções:
manter-se no propósito do descanso, ou atender a multidão. A Bíblia diz
que Ele se compadeceu daquela gente, porque os via como ovelhas sem
pastor. Então decidiu o que fazer: ministrar às suas necessidades.
Um coração compassivo é capaz de mudar seus planos quando está em jogo o
benefício de uma outra pessoa (Jo 4:31-34). Lembramos da parábola do Bom
Samaritano que relata que o sacerdote e o levita permaneceram tão
rígidos em sua trajetória rumo ao templo, que não quiseram ver o homem
caído ao chão. O Bom Samaritano, embora tivesse também seus planos e seu
próprio caminho, deixou tudo de lado para atender a uma necessidade
maior (Lc 10:25-37).
2- Disposição para ver que se pode dar mais um
passo
Quando os discípulos vieram dizer a Jesus que despedisse a multidão por
causa do horário avançado, podiam não estar realmente preocupados com o
bem-estar do povo, tão somente. Talvez estivessem mais interessados
neles próprios, uma vez que já vinham de uma outra jornada sem se
alimentarem direito (Mc 6:31). De repente, eles ouvem a frase: “Dai-lhes
vós de comer”. Podiam ter pensado assim: “Não temos comida, nem para nós
mesmos, como vamos alimentar os outros?”
Será que você já passou pela experiência de ter de oferecer alguma coisa
que ainda não tivesse nem para si? Em algumas situações nos sentimos
impotentes, sem saber como ajudar.
Jesus queria ensinar aos discípulos que eles podiam fazer muito mais do
que achavam que podiam. Estavam cansados, exaustos, e procuraram um meio
de sair daquela situação.
Mas o Senhor os envolveu novamente e eles acabaram tendo uma experiência
riquíssima com o Mestre, aprendendo que podiam alimentar multidões. Eles
viram que era possível dar mais um passo.
3- Disposição de mudar o foco para resolver um
problema
Os discípulos estavam desesperados diante da incumbência recebida de
alimentar aquele grande número de pessoas. Onde achariam tanto dinheiro
para cumprir aquela tarefa?
Jesus, porém, não mantinha o foco da atenção voltado para o que eles não
tinham, e sim para o que estava em suas mãos. Ele não perguntou: “de
quanto vocês precisam”, mas sim “o quanto vocês têm”. Verificou-se que
havia entre eles apenas cinco pães e dois peixes, e com essa quantidade,
uma multidão foi alimentada.
Há uma outra passagem bíblica, onde uma viúva pedia ajuda ao profeta
para saldar suas dívidas. Ele lhe perguntou: “O que você tem em casa?”
Ela respondeu: “Uma botija de azeite”. E com essa botija de azeite, toda
a sua dívida foi paga (2 Reis 4:1-7).
É possível que permaneçamos com um problema, porque insistimos em olhar
para o que necessitamos ter, ao invés de percebermos o que já temos.
Sempre achamos que não temos o suficiente.
Precisamos hoje mudar o foco da atenção, se queremos que o pouco venha a
se multiplicar, para poder ajudar as pessoas.
Conclusão: Precisamos viver de forma planejada e organizada, mas
nunca permitir que o nosso coração se torne insensível em face dos
problemas dos outros. Devemos ajudar as pessoas a perceberem que elas
podem fazer mais do que acham que podem. O foco da nossa atenção deve se
voltar para o que já temos em mãos, com o qual Deus poderá fazer um
tremendo milagre.
Aplicação: Faça um levantamento, brevemente, do que você percebe
que já tem em mãos, e que poderia disponibilizar para o progresso do
Evangelho. Talvez Deus lhe revele uma habilidade especial, um talento,
uma idéia, um sonho, um bem material, etc. Ele pode falar ao seu coração
de várias formas. Esteja aberto para a Sua ministração.