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Com
a
chegada
do
Teatro
de
Arte
de
Moscou
sob
a
supervisão
direta
de
Konstantin
Stanislavsky,
este
novo
método
de
interpretação
espalhou-se
pelo
mundo.
Uma
boa
parte
dele
permaneceu
igual
a
como
ele
ensinava.
Outra
foi
abandonada,
modificada
ou
ampliada
para
suprir
necessidades
de
uma
sociedade
em
mudança.
Mas,
basicamente
seu
sistema
tem
sobrevivido
intacto
a
quase
todos
os
abusos
feitos.
Até
sua
ênfase
na
realidade,
na
beleza
da
natureza,
na
dignidade
da
vida
foram
criticadas
como
vulgaridades
simplesmente
porque
a
verdade
foi
levada
ao
palco.
Houve
cultos
professores
universitários
de
teatro
que
rejeitaram
seus
ensinamentos:
instrutores,
professores
de
teatro
e
outros
que
deturparam
e
deformaram
seus
significados
para
satisfazer
suas
próprias
vontades.
Atores
também
têm
rejeitado
Stanislavsky
ao
aderir
a
uma
forma
exagerada
de
interpretação.
Mas
a
verdade
é
uma
adversária
terrível
porque
a
natureza
está
do
seu
lado.
Muitos
atores
negam
que
suas
representações
sejam
exageradas
porque
tentam
evitar
seu
método.
No
entanto,
não
percebem
que
o
esforço
para
ser
eficiente
ou
agradar
facilmente,
leva
a um
comportamento
errado
no
palco.
Isto
é só
um
outro
exemplo
da
necessidade
de
autoconsciência.
Com
esta
consciência,
o
ator
percebe
que
o
exagero
e a
grandiosidade
são,
na
maioria
dos
casos,
erros.
Como
nós
aprendemos
com
a
experiência
(e
através
do
processo
de
eliminação),
o
próximo
problema
que
temos
pela
frente
é
exatamente
o
oposto,
não
deixando
de
ser
outro
tipo
de
exagero:
representar
de
forma
atenuada,
minimizando
a
realidade.
Os
atores
do
Método
também
se
tornam
vítimas
deste
defeito
durante
treinamento.
Exagerar
qualquer
coisa
no
palco
tornou-se
um
pecado
tão
sério
para
os
seguidores
do
Método
que
muitas
vezes
somos
obrigados
a
"nos
contentar
em
ser
natural"
ao
invés
de
dar
vazão
às
expressões,
mesmo
que
elas
estejam
totalmente
em
harmonia
com
a
realidade
da
situação.
Isto
é
tão
errado
quanto
exagerar.
Portanto,
uma
fala
lida
com
naturalidade
e
simplicidade,
está
mais
de
acordo
com
a
realidade
do
que
o
risco
de
forçar
uma
emoção
que
pode
soar
falso.
Os
méritos
da
verdade
devem
ser
nossa
meta.
Nem
mais,
nem
menos.
A
forma
de
representar
que
acabamos
de
discutir
é
chamada
atuação
exagerada,
mas
este
termo
é
contraditório
em
virtude
da
definição
da
representação
para
o
ator
moderno.
Representar
é
alcançar
a
realidade
no
palco,
exagerar
seria
negá-la.
Representar
de
modo
exagerado
inclui
a
utilização
de
gestos
e
expressões
vocais
convencionais.
Se a
vida
interior
do
personagem
está
ausente,
o
ator
acabará
recorrendo
a
tais
clichês.
O
problema
de
exagerar
é
que
o
ator
pode
facilmente
convencer-se
de
que
está
"vivendo
mesmo"
o
seu
personagem.
Quando
um
ator
prepara
seu
papel
corretamente,
ele
transforma-se
naquele
personagem
no
palco.
Claro
que
não
deve
deixar
de
ser
ele
mesmo,
mas
também
é
necessário
que
deixe
de
ser
como
é
para
seus
amigos
e
família.
Todo
o
seu
êxito
na
realização
plena
da
sua
caracterização
reside
na
sua
confiança,
na
realidade
da
sua
própria
expressão
pessoal
individual
em
oposição
aos
tipos
de
expressões
clichês.
O
ator
que
conta
com
os
dons
naturais
e
com
sua
própria
individualidade
é um
artista
criativo.
Aquele
que
não
for
treinado
a
usar
sua
expressão
individual
e
não
conseguir
utilizar
a si
mesmo
para
ser
o
personagem
que
está
interpretando,
está
preso
e
limitado
ao
convencionalismo.
A
sua
voz
raramente
recorrerá
a
tons
e
modulações,
ele
vai
sacudir
os
punhos,
bater
na
testa,
mover
os
olhos
de
forma
falsa,
apertar
os
dentes,
fazer
caretas,
esbravejar,
colocar
a
mão
no
coração,
e
recitar
sem
emoção.Imitar
este
estilo
convencional
de
representação
que,
infelizmente
tornou-se
quase
uma
tradição,
é
ridículo.
É
certo
que
existem
atores
que
freqüentemente
exageram
com
perfeita
habilidade.
E
estes
mesmos
são
os
que
sempre
exclamam
que
os
momentos
primorosos
de
pura
criação
e
satisfação
artística
no
teatro
vieram
daquelas
raras
vezes
que
se
sentiram
"inspirados"
no
papel
e
pareciam
"viver"
o
personagem.
Seria
muito
mais
gratificante
para
os
seus
espíritos
criativos
como
artistas
se
eles
pudessem
treinar
seus
mecanismos
para
criar
estes
impulsos
sempre!
O
melhor
que
um
ator
pode
aprender
com
uma
representação
pouco
inspirada
é a
certeza
que,
quando
ocorrem
momentos
de
verdadeira
inspiração
na
peça,
todos
os
outros
momentos
provavelmente
foram
falsos!
Acredito
firmemente
que
a
natureza
é
uma
força
insuperável
que
não
pode
ser
eternamente
reprimida,
mas,
em
vez
disto,
irromperá
esporadicamente
dando
rédeas
soltas
à
verdade,
apesar
de
nossas
vulgaridades.
Além
disso,
é um
indício,
em
grande
parte,
de
que
nossa
sociedade
não
segue
automaticamente
as
leis
naturais,
mas,
ao
contrário,
tentamos
e
quase
sempre
conseguimos
reprimi-las
ou
mudá-las.
O
ator
que
desejar
atingir
um
talento
artístico
verdadeiro
na
sua
profissão
deve
literalmente
lutar
pela
verdade
de
suas
convicções
por
toda
sua
vida,
tanto
no
palco
quanto
fora
dele.
Ele
não
deve
desistir
até
conseguir
trazer
ao
palco
o
que
todo
ser
humano
produz
naturalmente
na
vida
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